Sofreste, de inesperado,
O estranho golpe da ofensa
Que te envolve em dor imensa,
No espinheiro do pesar.
Mas o remédio mais puro
Que restaura a alma ferida
Vem da farmácia da vida:
Esquecer e perdoar...
Honrando o cérebro eleito,
A Ciência alteia a voz,
Expõe o carro veloz,
A nave aérea, o radar...
A paz em casa, entretanto,
Além da luz da Ciência,
Pede a dupla providência:
Esquecer e perdoar...
No livro da Natureza,
Solo que aceite o trator,
Garante com mais amor
A semente, o pão e o lar...
Da fornalha desumana,
Vem a fina porcelana...
A ostra desconhecida
Cede ao mundo, sem protesto,
A pérola em plena vida,
Ensina-nos, vencida:
Esquecer e perdoar...
Assim também, alma irmã,
Nos dias de dor e luta,
Acalma-te, espera, escuta
Sem tristeza e reclamar,
E ouvirás a voz dos Céus,
Em meio da própria ação,
A dizer-te ao coração:
Esquecer e perdoar!...
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