terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bons tempos...


Esquecido está nosso tempo de criança,
saudades da modas de viola nas noites de São João,
da fogueira e do pau de sebo,
cai no poço e passar anel,
brincadeiras sadias sem malicia,
saudade do primeiro beijo
que sem dormir eu fiquei.
Meu cachorro leão que de leão nada tinha,
mas era companheiro nas pescarias do riacho,
saudades dos amigos de escola,
dos bons papos do recreio,
das paqueras e dos olhares,
dos recadinhos no papel.
Saudades de minha pipa de caderno,
colada com farinha de trigo e água,
onde eu apanhava escondido a linha de
minha finada mãe.
Saudades dos bons tempos,
hoje as crianças não brincam como antigamente,
não interagem entre si,
quando se encontram é para lutar,
as paqueras de escola viraram sexo,
os beijos nada trazem novidades,
as festas do Santo João se foram,
a viola está desaparecendo.
Hoje tenho outro cão,
mas em nada parece com o leão de infância,
é um bom cachorro acima de tudo
isso não posso negar.
Sinto-me triste ao ver as pipas de hoje,
cortam o céu como naves,
são armas de guerra,
são navalhas cortantes,
são frutos de uma infância perdida,
onde a disputa,
onde a conquista ganhou da camaradagem.
Bons momentos aqueles,
momentos que eternizo em palavras,
sabendo que momentos assim
fizeram parte da nossa história,
mas o pior é saber que momentos assim
somente vivem em nossa memória.

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