segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"ALMAS VIAJANTES."

Somos almas viajantes, 
cruzando o tempo e a distância 
entre aquilo que desejamos ser 
e o que realmente somos. 
Como na escola da vida, ainda no jardim da infância. 
 Representando papéis diferentes a cada nova jornada. 
Etapas que vamos cumprindo com erros e acertos, 
acumulando dívidas e bençãos em nossa caminhada. 
 As dívidas resgatamos com suor, lágrimas e por vezes muita dor. 
As bençãos são os lenitivos. 
Fecha cicatrizes, cura feridas. 
São decorrentes do amor que exercemos, 
seja no amparo aos irmãos caídos, 
seja no nosso próprio mover, 
no caminhar em direção a Luz. 
 Alma querida! Se a dor lhe visita constantemente, 
aprende que, somente o amor incondicional pode libertar. 
O abençoar o pão e o dia, o resgatar do aflito, 
o dividir o pão que por vezes é tão pequeno. 
 O amor pede passagem na sua vida. 
Abra as janelas do seu coração e se livre do ranço do tempo: 
- perdoe, - ampare, - não julgue, - não calunie, - não atire a pedra que está na mão. 
 Antes, livre-se das velhas roupas, como Francisco de Assis, 
dispa-se do mundo. Fique com a simplicidade da vida, 
que lhe sorri como quem abraça. E Deus, Pai de infinita misericórdia, 
cobrirá sua vida com paz e Graça. Fruto do seu esforço no caminho do bem, 
ainda que sem acreditar em nada e em ninguém, soube seguir no caminho da retidão, 
soube estender a mão, praticou o Evangelho Vivo, sem nunca tê-lo lido. 
 Somos almas viajantes em busca de um porto seguro, 
onde possamos ancorar nossos barcos envelhecidos, remoçados pela certeza, 
para vivermos a eternidade dos dias, em harmonia com a Natureza, 
fonte de toda a beleza. 
Que assim seja! 




 (Paulo Roberto Gaefke).

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