Tão abstrata é a idéia do teu serQue me vem de te olhar, que, ao entreterOs meus olhos nos teus, perco-os de vista,E nada fica em meu olhar, e distaTeu corpo do meu ver tão longemente,E a idéia do teu ser fica tão renteAo meu pensar olhar-te, e ao saber-meSabendo que tu és, que, só por ter-meConsciente de ti, nem a mim sinto.E assim, neste ignorar-me a ver-te, mintoA ilusão da sensação, e sonho,Não te vendo, nem vendo, nem sabendoQue te vejo, ou sequer que sou, risonhoDo interior crepúsculo tristonhoEm que sinto que sonho o que me sinto sendo.
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