já me queimei brincando com vela.
Já fiz bola de chiclete e melequei todo meu rosto,
já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone, tomei banho de chuva.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz, me cortei fazendo a barba apressado,
já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, em árvore pra roubar fruta, e
já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no chão do banheiro,
já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado,
me joguei na piscina sem vontade de voltar,
bebi uísque até sentir dormente os meus lábios,
A vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas e momentos fotografados pelas lentes da emoção,
guardados num baú,
chamado coração.
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