Vai chegando por baixo da porta
Feroz feito este vento de inverno
Que tempera estas horas mortas
A tarde cai virando cinza eterno
A noite toma de abismo imenso
Que coração apertado não suporta
Carregado de memórias e silêncio
Deste agudo que o horizonte entorta
Reflexos tortos de um mar revolto
Convidativos a um mergulho final
Olhos sem cores, no ar, braços soltos
Além desse azul não pode haver o mal
Desse inverno que chega marchando
Tomando avenidas, por baixo de portas
Trazendo o passado, vozes roubando
Para ver até onde este coração suporta
Resistir a esta gelada brisa do nada
Que encarcera todas as cores no passado
Que desafia meus pés cansados na estrada
Que justifica cada erro com um velho ditado...
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