Não o caminho como um linha reta que zigzagueia
nos parágrafos da vida na espera de um final que equilibre e justifique cada capítulo vencido e ser mumificado por uma capa dura.
Falo daquele caminho feito de passos, feito de agora, feito de hojes.
Dar passos sem tomar como parâmetros tudo o que já foi experimentado,
e muito menos guiando-se pela luz ofuscante de um futuro que de futuro, na metafísica das cousas nada tem.
Caminho, feito de suor e lágrima como a
canção regional mais “não-original” dos últimos anos.
Caminho feitos de passos trôpegos e de acasos.
Feitos de ira e carência.
Feito de infinitos pontos de vista e de fé.
De poesias, ponta-pés, cores e maus-agouros.
Um caminho humano rascunhado nas pequenas decisões e
creditado às grandes decisões.
Escolher a direção nunca pode ser maior que luta constante e
sobre-humana para manter o leme no prumo e não se perder.
E não engane-se em achar que perder-se seja um fraqueza,
perder-se, ser perdido, reconhecer-se perdido é a grande virtude,
é a força motriz do ser, é o encontrar o verdadeiro caminhos,
tocar de improviso a canção cujas notas a vida
já te havia impresso na alma.
É não ser o melhor, mas ser o melhor você.
Não saber de onde se veio e nem imaginar para onde se vai,
mas saber que se está indo, ser o equilíbrio do movimento
incessante e ser o desequilibrio na diferença dos passos e dos espaços.
Ser vivo e viver, contando com o acaso da morte para ser linha.
Ser um e ser eu para ser ponto.
E no labirinto das vozes e sons ser o ecco de sí mesmo na tentativa de
preceder e anunciar própria existência,
e depois ainda assim ser diferente do próprio ecco que o precedera.
Em suma não é um caminho de uma ou duas retas, quiçá curvas,
é um caminho feito de potência e ato, feito de tudo que á vida pode dar ou tirar, feito de pausa, de 3 pontos e silêncio após uma tempestade verbal de incerteza e sentimentos...
(E nada de aplausos!)
...
(E nada de aplausos!)
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário