quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"A Areia e o Salto"...




A areia escorre pelos meus dedos ,
metáfora da vida que se vai ,
do passado só sobram alguns grãos ,
grudados na palma , vãos guerreiros do tempo ...

O mar á frente gera novas ondas ,
nenhuma igual a que passou ,
a ampulheta não pode ser virada ,
se a vida é um jogo , não são nossas as regras.

As chances são sempre únicas
se aparecem outra vez , são apenas clones
como somos nós , clones do que éramos na
primeira vez , aparentemente idênticos ,
mas com cicatrizes diferentes.

O amor é uma dupla de trapezistas
saltando vendados , sem rede
esperando a segurança da mão do seu par
ou a distância abissal da queda

Um eterno revezamento entre barco e cais ,
enquanto um se aventura
o outro é porto seguro ,
o momento da calmaria.

Saltar é preciso
mesmo que um salto preciso
precise de uma mão precisa
precisamente na hora exata.

Se tirarmos a venda da paixão
mutilamos mortalmente a emoção
saltos calculados não são amor
não possuem seu glamour , nem seu sabor

Amar é pular sem olhar
é acreditar na sua convicção
ter sua própria e louca razão
mesmo que a platéia grite : Não !

Já subimos os degraus da torre
eles como por encanto se partiram
impedindo nossa volta
já estamos vendados ...

A areia da ampulheta acabou
nosso tempo de escolhas se esvaiu
eu vou saltar ...
venha ....

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