quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"CIRANDA DA MENTE"




Cristo, quando falava, falava em espírito e verdade.
Por isso Ele e o Pai eram um só.
E a mente não participava.
Então, dizia Ele:
"Não vim trazer a paz, mas a espada."
"Ai daquele que não abandonar pai e mãe."
"Que os mortos enterrem seus mortos."
"Vinde a mim os que têm fome e sede de justiça."
"Não dareis um único passo se não vos tornardes crianças."
E quanto mais Ele disse!
E o quanto mais poderia ter dito,
mas de que adiantaria a história ter registrado suas frases
se seriam um novo amontoado de palavras perdidas no tempo...
É que faltava a chave e porta alguma se abre sem ela.
O primeiro passo é tirar Jesus da condição de Deus
e colocá-lo na condição de homem,
pois Ele está sendo adorado e não compreendido.
É mais uma armadilha da mente que, de instrumento, virou senhora.
Percebam, chegou o momento em que somos um barco à deriva!
O capitão está confuso, pois perderam-se as cartas de navegação.
O leme, então, quebrou-se na discussão estéril da pura palavra.
Ah, mas o vento...
Este sim, bate com fúria nas velas infladas de orgulho,
de despotismo, da luxúria disfarçada em poder.
E Sodoma grassa por toda a parte, pois quem domina é a mente.
Ela é fria, calculista.
A tudo justifica e perdoa em nome da pura razão;
outra armadilha pouco compreendida.
O que eu teria a falar daria um livro mas,
por hora, estas duas folhas bastam.

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