quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"Noturno"




Decifra-me, ebanea esfinge, pois não hei de desvendar
a inescrutável dança dos teus astros volantes.

No silêncio atemporal em que te guardas
e me interpelas que enigma me propões tu,
vetusta dama,em tua imponente potestade?

Eis que me consagras o amor
mas é morte o que me trazes; é ausência
o meu amado não vem em tua carruagem
muito embora o celebre essa soturna lascívia.

Em vão o procuro na vastidão dos teus domínios
do teu reino de sombras não se fez vassalo.

Decifra-me, ímpia rainha de trevas e de luas
ou devora-me
se é a paixão o tributo por sabê-lo
mas condena-me à liberdade dos ébrios e dos loucos
se é a insânia o enigma deste amor.

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